segunda-feira, 25 de maio de 2015

ISSO É SER JUVENTINO ... SEM MACAQUICES

Vou repostar o famoso texto de Don Porpetta, autor de diversos textos juventinos, e espero que todos leiam e relembrem o que significa de verdade ser um juventino. 
ATENÇÃO, ser juventino não é se fantasiar de grená e ir na Javari comer canolli e brincar de cartãozinho para o bandeirinha, ou puxar o saco de técnicos e jogadores e muito menos babar nos ovos de emissoras de radio e tv que como "grande mídia" sempre julgou os juventinos como "malucos desocupados que devem estar brincando ao pedir o fim do futebol moderno" Cuidado com as armadilhas que a mídia impõe pois no fundo no fundo ela so quer MATAR O ULTIMO PEQUENO FOCO DE RESISTÊNCIA EXISTENTE NO FUTEBOL ATUAL, abram seus olhos e muito cuidado com o demônio que se faz de anjo. Não deixe o espirito contestador se vender para o espirito que se aproveita do Juventus para ganhar uma mídia própria...


O JUVENTINO DE VERDADE
POR GIOVANNI PORPETTA - pai de todos juventinos
Ser um juventino de verdade é ser um moleque, um louco, um sonhador, um lutador e um herói. Você rema contra a maré, grita no silêncio e alenta no fracasso. Não é fácil. na verdade é infernal. Mas vale cada minuto vivido.

Você carrega o mesmo sentimento que há mais de oito décadas, motivava aqueles pobres imigrantes operários que fugiam da Primeira Grande Guerra e logo iniciavam a Primeira Greve Organizada do país em 1917, e eram bombardeados na Revolução de 32. Eles que, sufocados pelo algodão do Cotonifício e pelos irrisórios salários, acalentavam suas almas na malha grená daquele time de bairro. Nenhum deles apoiava os badalados times da época. Haviam aprendido nas mãos imperialistas dos grandes homens fardados e necessitavam sentir o gosto da plebe. O seu sofrimento era proporcional à sua devoção pelo Juventus, que logo venceu a Segunda Divisão em 1929. Dois anos mais tarde, o time assombrou a cidade ao derrotar pale primeira vez aquele que seria nosso grande fregues, iniciando a serie de travessuras que perduram até hoje. Como em 2006, quando carimbamos uma certa faixa internacional de um time que só é grande pela herança corrupta de um governador elitista. Nesse período de 83 anos o Juventus acumulou glórias (como o Brasileiro de 1983) e viu senhores de brio envergarem seu manto sagrado (tais como Mão de Onça, Clóvis, Buzetto e Brida). Mas a dor, remanescente dos tempos do Conde, continuava a sangrar a Rua Javari. O Juventus é desrespeitado, ignorado, usado como fantoche por alguns fracos de espírito que querem roubar seu valor e diminuir sua importância. - até mesmo homenageiam aqueles que lhe feriram. Chegamos nos idos 2000 e avistamos um cenário sombrio e perigoso: após décadas na primeira divisão, estamos condenados a jogar contra times de categoria inferior. O estúpido futebol moderno tenta nos impedir cada vez mais de manter nossa história viva, com regras e ditadura monetária; na mídia, piada ou caridade-não sei qual é pior.

O próprio clube não se dá valor, aceitando um papel de coadjuvante, que nunca lhe pertenceu. Tudo parece conspirar contra e aponta para um fim melancólico. Mas ainda existem aqueles operários que levantam o punho e resistem, não desistem e acreditam no legado e dessas fontes se alimentam. Essa nova geração de juventinos demonstra devoção infinita e exige respeito. Os senhores jornalistas devem saber que somos muito mais do que um passeio turístico, e um eventual turista deve deixar para trás qualquer sinal de nossos adversários ao cruzar o portão principal do estádio. Ser decente conosco, com a Mooca e consigo mesmo.

De frente a todo este turbilhão de problemas, o que leva uma pessoa a abandonar o obvio cômodo e abraçar a alucinante odisseia do improvável? Talvez o retorno romântico aos tempos das peladas; o grito do ídolo bem a sua frente; ou fazer parte de uma torcida que dá exemplo de amor genuíno. Não há explicação. O Juventino quer taças, mas não vive por elas. Para nós, o importante é apenas ver o time jogar, suar e sangra. A verdade é que estacionamos em outro patamar, sabemos que somos diferentes e que somente lá dentro, vivenciando experiências impagáveis, você pode entender essa loucura. Nunca pergunte para um juventino "por que?", mas "por que não?". Não há camisa mais linda, grito de gol mais engasgado ou um campo mais enigmático. Todo juventino de verdade se lembra da primeira vez que entrou no campo da rua Javari. A surpresa e a celebração imediata no olhar estupefato que percorre aquele quarteirão perfumado de luta, vitória, dever e honra - juro que senti um calafrio na espinha e a certeza de que pertencia àquele lugar. E mesmo contra tudo e todos, a torcida esta lá, cantando, empurrando, se decepcionando e sorrindo ao ganhar força para sobreviver.

O Juventino de verdade anda na contra-mão e tem o dever de carregar a bandeira do espirito lutador do homem indignado. Pessoas comuns amam esse time, tem orgulho de exibir essa cor que elegeram, e que sem dúvida o fizeram com paixão e sabedoria. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Maravilhoso este texto!!! deveria estar estampado no portão princinpal do estádio!!!

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